O rabo do calango


      Notei um calango no muro e percebi que ele estava mutilado. Com frequência, observo os animais que frequentam o jardim de casa, como já perceberam em minhas crônicas. Se não percebeu, pode perceber navegando e lendo as crônicas nesse blog, no meu perfil no Instaram ou na página do Facebook.
   Fique imaginando o que pode ter acontecido. Uma vez que os lagartos, quando perseguidos por predadores, cortam um pedaço da calda para distrair o inimigo enquanto fogem, e a parte do membro decepado fica se mexendo por algum tempo. Depois, têm o poder de ativar pelo menos 326 genes em diferentes partes do corpo no momento em que acontece o processo de regeneração do rabo. Incluindo genes dos embriões, dos sinais hormonais e da recuperação de feridas. Interessante, não acha?
     Uma ideia de comparação me ocorreu. Senti-me intrigado. Afinal, nós, seres humanos, apesar de termos um cérebro altamente desenvolvido com inúmeras capacidades como o raciocínio abstrato, a linguagem, a introspecção e a resolução de problemas complexos, não conseguimos restaurar parte nenhuma do corpo se forem decepadas. Tipo um dedo, orelha, o nariz, enfim. Apesar de nascer constantemente, cabelo e unha.
     Os lagartos, quando tem o rabo regenerado, a parte óssea não se recupera. As vértebras são substituídas por um bastão de cartilagem sem planos de fratura. Ainda, outra questão, a nossa inferioridade aos cinco sentidos. Já pensou sobre isso? Vários, quem sabe todos animais, tem no mínimo um dos sentidos de forma extraordinariamente superior à nossa.
   Às vezes, fico pensando porque a evolução humana estagnou. É fato provado cientificamente, desde 1950, que 98% dos Átomos presentes no interior das moléculas que compõem as células do corpo humano são renovados anualmente através do ar que respiramos, dos alimentos que ingerimos e dos líquidos que consumimos. Uma vez que tudo é feito de átomos, em dois anos nossos corpos deveriam ter uma regeneração de 180%.