Dias em que haurimos aquela surpreendente relatividade de todas as coisas que, às vezes, nos (injúria). Na maior parte das vezes, quando planificamos ou escolhemos algo que seja, quem sabe, levemente diferente da escolha da maioria das pessoas. Em todo caso, isso não se faz necessário. O fato é que fica mais evidente a música que o universo toca conspirante para o baile. É quando entra em cena, então, nosso foco consciencial detector da conspiração.
Assim é quando, por exemplo, detestamos uma música. Basta nos aproximarmos de qualquer caixa acústica fora de nosso poder de controle, que a bendita música está sendo reproduzida utopicamente. Até parece perseguição. Você liga a televisão e está sintonizado bem no canal onde está passando um programa que, não por coincidência, mas, por pura conspiração, estão apresentando o clipe oficial da música detestada. Frequentemente a televisão é desligada, melhor ligar o computador, assim minhas alternativas de distração são maiores e tenho materiais de estudos armazenados que ainda não tive tempo de estudá-los. Rapidamente é aberta a página daquela palestra de motivação pessoal “A ciência da ajuda, sem a ajuda da autoajuda barata” que estava nos favoritos do navegador de internet e, por não ter nada planificado, foi a primeira que causou interesse. Ao apertar o PLAY do stream de vídeo, os cinco segundos de propaganda tocando a música detestada. Que agora alcançou outro patamar na condição da sua raiva e passou a ser repulsiva, execrada. O outro eu, estou tão aficionado nessa diversidade sonora que fica difícil desligar essa atenção abusiva.
O universo continua conspirando indefinidamente a nosso favor, mas, por vezes, dependendo de quem, às vezes para sempre, o controle permanece descontrolado. Nem todos aprendem ou acham necessário dançar a toada harmoniosa, para que o universo posa reger e conspirar sabiamente em nosso favor.